terça-feira, 13 de abril de 2010

Hidrelétrica, energia sustentável?

Será mesmo que a usina de Belo Monte é inofensiva?

James Cameron, diretor de Avatar, veio ao Brasil lançar o DVD e ao mesmo tempo uma campanha contra a construção da hidroelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará. Muita gente protestou do protesto: o que é que o gringo tem a ver com isso?
É um ponto de vista. O outro é que nós precisamos que algum personagem exótico com visibilidade na midia abra a discussão sobre um assunto que já deveríamos estar discutindo há muito tempo.

O projeto de Belo Monte é antigo, vem desde o governo militar, lá nos anos 70, tempos de Itaipu e do milagre econômico. Veio a crise dos anos 80 e ele ficou esquecido. Só no governo FHC é que foi retomado como uma alternativa para aumentar a capacidade de geração de energia no país. Mas aí começaram os questionamentos quanto ao impacto socioambiental da obra. De um lado o Ibama não dava o licenciamento ambiental, e do outro as comunidades indigenas, especialmente os kaiapós, se uniram para combater a obra.


O resultado é que o projeto ficou paralisado até o governo Lula e o PAC. Considerada uma das principais obras do programa, é um tema extremamente polêmico. Há muitos questinamentos:
  • qual a real capacidade de geração de energia da usina?

o governo fala em 11.000MW, muitos especialistas questionam estes valores, ponderando que por causa da estação seca, a média anual seria inferior a 5.000MW.

  • o Congresso tem competência para autorizar a obra sem levar em consideração os interesses das comunidades indígenas?

o tema foi diversas vezes questionado no Supremo Tribunal Federal

  • por que só agora, o projeto foi licenciado pelo Ibama?

Talvez a senadora Marina Silva possa nos esclarecer...

  • por que este tema está sendo discutido no Exterior?
  • por que a FUNAI não se manifesta?

Os movimentos sociais envolvidos, assim como representantes da Igreja Católica notificaram a ONU sobre a questão, em mais uma tentativa de adiar a execução da obra. (voce pode ler a íntegra do documento

E o que fazemos então para gerar energia para o crescimento? O ex-presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes, em entrevista de 2002 defende a usina. As outras opções seriam economicamente inviáveis, ou mais complicadas ainda, como termoeletricas ou usinas nucleares.

O leilão está marcado, para dia 16 de abril. Apenas um consórcio de empresas está habilitado. São 4 grandes grupos econômicos envolvidos: Andrade Gutierrez, Votorantim, Vale, Neoenergia.

Acabo de ler no site do Estadão que o leilão foi suspenso pela Justiça do Pará.

E nós brasileiros que país queremos? Verde, colonizado, sustentável, poderoso no cenário mundial, novo mundo...?

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