segunda-feira, 10 de maio de 2010

A crise da Grécia, o que a gente tem a ver com isso?

Vivendo, vendo e aprendendo

A Grécia é um país lindo. Azul, branco, multicolor. O grego é um povo apaixonante e apaixonado. Berço da democracia. Há alguns milhares de anos vivem ali, cultivando suas oliveiras, discutindo nas praças, contemplando aquela imensidão azul que os cerca.


Peloponeso, visto por M.Lima

Há poucos anos, na entrada do século 21, tomou uma decisão estratégica: abandonou sua moeda a dracma que circulava há mais de 2000 anos e adotou o euro, a moeda da Europa Unida.

O processo de integração econômica trouxe um período de muita prosperidade.


Camponeses que viviam em pequenas cidades passaram a produzir para todo mercado europeu, o azeite grego se globalizou. O padrão de vida melhorou: a compra do primeiro carro ou a troca por um modelo último tipo. A mudança dos padrões de consumo, a reforma da casa. Os filhos foram estudar em outros países, porque todos passaram a ser cidadãos europeus. 
O turismo cresceu, mais hotéis, empregos, restaurantes, dinheiro em caixa.

Os investimentos diretos dos países mais ricos como a Alemanha, a expansão do setor de serviços e financeiro. O pequeno agricultor acredita no futuro, e se endivida para crescer. Por outro lado, as pequenas industrias locais são compradas e o setor de bens de consumo é absorvida pelas grandes multinacionais. O Estado arrecada mais e gasta mais. Os salários e aposentadorias aumentam de valor. E puff, vem a crise americana. O ritmo de crescimento mundial desacelera. A abundancia de capitais termina. Sufoco mundial.

Os bancos centrais injetam trilhões de dolares ou euros no mercado para evitar a depressão. Passado o susto, vem a conta. E infelizmente a Grécia não tem como pagar a fatura. Gasta todo mês mais do que arrecada. Não tem dinheiro em caixa. Não tem por onde aumentar a sua receita. Sem ajuda, quebra. A Alemanha e cia emprestam o dinheiro para que o desastre maior, que seria o contagio para outros países não aconteça. O preço? Na economia, parem de gastar o que vocês não tem, cortem salários e despesas. E arrecadem mais, aumentem os impostos. O famoso ajuste fiscal.
Na política, ou geopolítica? Vamos aguardar...
E o que é que o Brasil tem a ver com isso? Dizem os especialistas, podemos sofrer com um novo periodo de insegurança no mercado de capitais o que diminuiria o fluxo de investimentos estrangeiros diretos e indiretos no país. Ora, mas o empréstimo já foi dado e as bolsas voltaram a subir. Então o perigo já passou!
Será que era este o único perigo? E será que não a uma outra lição para aprender com o destino dos mais velhos?



Outras opinões

... O analista estima que o risco sistêmico foi debelado na Europa. Mas, ressalva ele, os governos, de modo geral, se endividaram muito a partir da crise financeira de 2008 e 2009 e vão ter de arcar com este endividamento nos curto, médio e longo prazos. Ele observa que todas as regiões no mundo sofreram dilapidação das contas fiscais. "Isto inclui o Brasil, que foi um dos países privilegiados durante a crise, mas que também teve suas contas extremamente deterioradas. Então acredito que todas as regiões do mundo, incluindo Japão, Europa, Estados Unidos e países emergentes terão de rever suas políticas fiscais no decorrer dos próximos anos ou vão enfrentar problemas graves no rolar dos seus endividamentos", disse Danny Rapport, no Estadão 

E você o que pensa?







segunda-feira, 3 de maio de 2010

Belo Monte, pontos de vista

Os americanos voltaram para Hollywood, os protestos se transferiram para Nova York e o leilão de Belo Monte saiu. A midia discutiu o tema por uma semana, é verdade. E até se ensaiou um movimento por parte de alguns jornalistas mais independentes questionando a necessidade real da usina, a processo de licitação e financiamento, o destino desta energia e os impactos socioambientais da obra.

Para ser realista a gente tem que concordar que é uma questão complexa, porque fica muito dificil defender a posição contrária quando os especialistas do setor afirmam que o Brasil precisa desta usina para manter o crescimento e proporcionar um melhor nivel de vida para a população que está melhorando de vida e tem também direito a adquirir eletrodomésticos e conforto, elevando o consumo per capita do país. Do seu apartamento com ar-condicionado, tomando uma bebida gelada em frente a Tv de plasma é fácil falar em sustentabilidade, o difícl é manter a posição quando isto representar alguma privação de conforto, né? Mais hipócrita ainda é defender que alguém tenha que se privar para você continuar tendo...

Por outro lado fica bem complicado imaginar que os índios que vivem hà séculos na beira do Xingu se sintam atraídos pela idéia de viver na casinha com eletricidade em um assentamento como propõe o governo.

Então, vamos alguns pontos de vista

O comentarista Carlos Alberto Sardenberg escreveu um artigo para o Estadão que achei interessante porque mostra uma visão diferente daquela normalmente defendida pelo próprio jornalista em outras midias:

... Um bom exemplo está na montagem do consórcio que vai construir a Usina de Belo Monte. O governo brasileiro seleciona e/ou pressiona grandes companhias privadas para que entrem no negócio, escala empresas e fundos de pensão estatais para turbinar a operação e determina quanto os bancos públicos vão financiar.

E por que as grandes companhias privadas topam, mesmo sabendo, como declararam, que a Usina de Belo Monte sairá mais cara do que o estimado pelo governo e que, portanto, o preço licitado da energia não paga o empreendimento?
 
Por dois motivos: primeiro, porque não querem ficar de mal com um governo que acena com muitos outros negócios, como o trem-bala, por exemplo, estimado em cobiçados R$ 35 bilhões. E, segundo, porque acreditam que o governo vai dar um jeito de acertar preços e pagamentos mais à frente.

Esse tipo de regime econômico não é uma criação do lulismo. Pratica-se por boa parte do mundo, há muito tempo. Funciona?....

Para ler o texto completo acesse o site do estadão






sábado, 1 de maio de 2010

Que país será este?

Eleições, que caminho queremos para o Brasil?

O assunto preferido na cobertura das eleições está sempre ligado à economia. A pergunta dominante é qual candidato é mais competente para que o Brasil continue crescendo, e a discussão reinante há anos é que partido foi responsável pelo boom econômico do país:
tem o time do FHC, e o timão do Lula.

Ora, com um pouco de sensatez não fica difícil reconhecer os méritos que os dois governos tiveram neste processo. E também deixando a ingenuidade de lado sabemos que muito deste crescimento se deve às transformações que a geopolitica mundial está sofrendo. Na minha visão a grande questão desta eleição não passa pela economia, independente do candidato que vença a macroeconomia não sofrerá grandes mudanças. O que está em jogo sim é a identidade do país. A cara que o Brasil quer ter e que país queremos deixar para as próximas gerações.

Desenvolvimento sim, mas a que custo? Conservando ou destruindo a natureza. Se preocupando com industria nacional ou continuando a vender para os estrangeiros. Exportar ou cuidar do consumo interno. Privatizar ou investir com recursos públicos.

E o Estado? Vamos continuar com esta tendência de estado paternalista, que está começando a se meter em questões privadas, ou somos um país que preza a liberdade.

Queremos ser uma potência mundial ou isto não faz parte da nossa índole?

Queremos simplesmente copiar o modelo dos países ricos ou será que estamos destinados a criar o novo?

Acho que está na hora de começarmos a pensar com cabeça própria.