segunda-feira, 3 de maio de 2010

Belo Monte, pontos de vista

Os americanos voltaram para Hollywood, os protestos se transferiram para Nova York e o leilão de Belo Monte saiu. A midia discutiu o tema por uma semana, é verdade. E até se ensaiou um movimento por parte de alguns jornalistas mais independentes questionando a necessidade real da usina, a processo de licitação e financiamento, o destino desta energia e os impactos socioambientais da obra.

Para ser realista a gente tem que concordar que é uma questão complexa, porque fica muito dificil defender a posição contrária quando os especialistas do setor afirmam que o Brasil precisa desta usina para manter o crescimento e proporcionar um melhor nivel de vida para a população que está melhorando de vida e tem também direito a adquirir eletrodomésticos e conforto, elevando o consumo per capita do país. Do seu apartamento com ar-condicionado, tomando uma bebida gelada em frente a Tv de plasma é fácil falar em sustentabilidade, o difícl é manter a posição quando isto representar alguma privação de conforto, né? Mais hipócrita ainda é defender que alguém tenha que se privar para você continuar tendo...

Por outro lado fica bem complicado imaginar que os índios que vivem hà séculos na beira do Xingu se sintam atraídos pela idéia de viver na casinha com eletricidade em um assentamento como propõe o governo.

Então, vamos alguns pontos de vista

O comentarista Carlos Alberto Sardenberg escreveu um artigo para o Estadão que achei interessante porque mostra uma visão diferente daquela normalmente defendida pelo próprio jornalista em outras midias:

... Um bom exemplo está na montagem do consórcio que vai construir a Usina de Belo Monte. O governo brasileiro seleciona e/ou pressiona grandes companhias privadas para que entrem no negócio, escala empresas e fundos de pensão estatais para turbinar a operação e determina quanto os bancos públicos vão financiar.

E por que as grandes companhias privadas topam, mesmo sabendo, como declararam, que a Usina de Belo Monte sairá mais cara do que o estimado pelo governo e que, portanto, o preço licitado da energia não paga o empreendimento?
 
Por dois motivos: primeiro, porque não querem ficar de mal com um governo que acena com muitos outros negócios, como o trem-bala, por exemplo, estimado em cobiçados R$ 35 bilhões. E, segundo, porque acreditam que o governo vai dar um jeito de acertar preços e pagamentos mais à frente.

Esse tipo de regime econômico não é uma criação do lulismo. Pratica-se por boa parte do mundo, há muito tempo. Funciona?....

Para ler o texto completo acesse o site do estadão






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